O café é uma das bebidas de maior consumo no mundo, sendo parte essencial do cotidiano de milhares de pessoas. Essa realidade é especialmente no Brasil, um dos maiores produtores da bebida. Entretanto, nem todos os grãos são iguais. Você sabia que existem diferentes categorias e tipos de café, cada um com suas próprias características e qualidades?
De antemão, entender essas diferenças permite que os consumidores façam escolhas que se adequem mais ao seu paladar. Em seguida, vamos conhecer os diferentes tipos disponíveis do produto, como eles são classificados e quais são as características que definem cada categoria. Antes de mais nada, a informação é do blog da Vinícola Guaspari.
Como é feita a classificação dos tipos de café?
Primeiramente, a classificação dos tipos de café é um processo complexo que envolve vários critérios. Incluindo:
- Espécie da planta;
- Método de processamento dos grãos;
- Qualidade dos grãos;
- Características sensoriais, como sabor, aroma e acidez;
- Processo de torra, moagem e preparação do café.
Primordialmente, os grãos de café podem ser provenientes de duas principais espécies: Coffea arabica e Coffea canephora, conhecida como robusta. Assim, o primeiro é conhecido por seu sabor mais suave e aromático. Enquanto o segundo é mais amargo e possui maior teor de cafeína.
Ademais, defeitos nos grãos, imperfeições e a presença de impurezas também impactam diretamente na qualidade final do café e devem ser analisados.
Classificação da ABIC
A Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) e a Associação Brasileira dos Cafés Especiais (BSCA) possuem classificações oficiais para rotular os cafés nacionais. Cada uma, aliás, com metodologias diferentes.
A ABIC faz, portanto, a classificação através do Programa de Qualidade do Café, de 2004. O qual divide os cafés nas categorias: tradicional, extraforte, superior e gourmet. A princípio, a análise leva em conta a torra, moagem, sabor, corpo, aroma e tipo de café, em uma avaliação de 0 a 10.
Por outro lado, os cafés especiaistêm sua classificação a partir de uma metodologia rigorosa da BSCA. Que avalia os cafés em 10 qualidades distintas. São elas: fragrância, uniformidade, ausência total de defeitos. E, ainda, doçura, sabor, acidez, corpo. Por fim, finalização, harmonia e avaliação geral.
Tipos de café
Em primeiro lugar, os principais tipos de café incluem: tradicional, extraforte, superior. E, ainda, gourmet e especial.
Cada tipo de café tem suas peculiaridades, que vão desde o processo de cultivo e colheita até torrefação e moagem, em síntese. Essas características influenciam diretamente no sabor, aroma, corpo e acidez da bebida final.
Café tradicional
Acima de tudo, o café tradicional é o tipo mais comum no Brasil. De amplo consumo, é conhecido por sabor forte e amargor pronunciado. Geralmente, é uma mistura de grãos de diferentes qualidades, incluindo variedades de arábica e robusta. Sendo este último o mais predominante.
De acidez moderada, pois, normalmente este tipo de café tem torra mais intensa. Resultando, assim, em uma bebida de sabor marcante. Porém, com menos nuances e complexidade sensorial. É o produto que encontramos com mais frequência nas prateleiras dos supermercados e em padarias.
Café extraforte
Como o próprio nome sugere, o extraforte apresenta sabor ainda mais intenso do que o tradicional. Da mesma forma, também é feito a partir de uma mistura de grãos arábica e robusta. Mas com maior proporção de robusta, que naturalmente apresenta maior teor de cafeína e sabor mais marcante.
Nesse sentido, a torra escura é predominante neste tipo de café, proporcionando um sabor amargo e potente. Sendo, por isso, uma escolha popular para aqueles que preferem uma xícara de café mais vigorosa.
Café superior
Em seguida, o café superior é uma categoria de mais qualidade. Feita principalmente de grãos de arábica, que são conhecidos por sua maior complexidade de sabores e aromas.
Estes grãos têm sua seleção e processamento com maior cuidado, resultando em uma bebida de sabor mais suave e equilibrado. Além disso, trazendo notas de chocolate, caramelo e amêndoas. Em conclusão, a torra pode variar de média a clara, preservando as características naturais do grão. Inclusive, aprecia este tipo de bebida quem prefere um sabor mais complexo e menor amargor.
Café gourmet
Depois, o café gourmet representa uma categoria acima do superior em termos de qualidade. Portanto, constitui-se exclusivamente de grãos arábica de altíssima qualidade. Muitas vezes de cultivo em regiões específicas e sob condições ideais.
A fim de garantir que se utilize apenas os grãos perfeitamente maduros, a colheita ocorre manualmente. Quanto à torrefação, o cuidado se mantém, de modo a destacar as características únicas de cada lote de grãos. Resultando em uma bebida com sabores e aromas ricos e variados.
Sobretudo, esse tipo de café apresenta equilíbrio da acidez, baixo amargor, corpo médio e uma ampla gama de notas aromáticas. Que podem incluir frutas, flores, chocolate e nozes.
Café especial
Conforme avaliação da BSCA (Associação Brasileira dos Cafés Especiais), o café especial passa por um rigoroso processo de análise por Q-grader. Ou seja, o profissional em degustação e classificação de cafés certificados internacionalmente. Para ser considerado especial, o produto deve alcançar uma pontuação mínima de 80 em uma escala de 0 a 100.
Esses cafés são produzidos a partir de microlotes de grãos arábica, cultivados em condições ideais e submetidos a processos de seleção e torra. Em outras palavras, possuem características sensoriais únicas e complexas, com alta doçura, baixo amargor e alta qualidade de acidez. Além disso, podem apresentar notas intensas florais, frutadas, de baunilha e até especiarias.
