O mês de julho foi marcado por falta de chuvas e temperaturas muito acima da média histórica. Isso de acordo com o Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé. De antemão, a análise foi realizada nas cidades monitoradas pela cooperativa. Segundo os engenheiros, os valores registrados pelas estações meteorológicas da Cooxupé mostraram altas temperaturas em todos os municípios analisados. Aliás, que permaneceram 1,7°C, 1,6°C e 2,0°C superior à média histórica no Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e média mogiana de São Paulo, consecutivamente.
No Sul de Minas Gerais, por exemplo, Guaxupé registrou temperatura máxima de 32,2 °C e Cabo Verde 5,7°C de temperatura mínima para o mês. Atenção: houve registro de alta amplitude térmica, que são as grandes diferenças entre as temperaturas máximas e mínimas. Ou seja, fator que pode alterar o metabolismo das plantas, causando elevado consumo de energia, redução de carboidratos. Ou interferência no processo de divisão e diferenciação celular.
Evapotranspiração
Além disso, tivemos mais um mês atípico, com registro de altas temperaturas alterando os processos fisiológicos das plantas. E ainda provocando aumento da taxa de evapotranspiração potencial. Todos os municípios monitorados pela cooperativa apontaram dados acima de 47 mm de evapotranspiração. Atingindo, assim, o maior registro 66,2 mm em Serra do Salitre, no Cerrado Mineiro.
Registros elevados de ETP correspondem ao aumento da taxa de metabolismo das plantas. Provocando, dessa forma, perda de água da planta para atmosfera. E, por consequência, acelerando os processos fisiológicos.
Normalmente, julho é caracterizado por baixas temperaturas e redução no metabolismo. Além de menor perda de água para atmosfera e baixo crescimento das plantas. Entretanto, observaram o desenvolvimento de novos pares de folhas em lavouras com alto vigor, fato atípico para o momento.
Perceberam, ainda, o avanço da colheita do café, o registro de altas temperatura e baixa precipitação (chuva), somados à baixa umidade de água no solo, causando o aumento na taxa de evapotranspiração das plantas e influenciando na antecipação e maturação fisiológica dos frutos. E, por consequência, trouxe acelerado amadurecimento dos frutos (passando rapidamente para secos).
Falta de chuvas
Praticamente não choveu no mês de julho. Nesse sentido, os municípios acompanhados registraram chuvas abaixo da média histórica ou igual a zero para o mês. Cabo Verde registrou o maior volume de chuva (9,6 mm). Houve, ainda, pequenos volumes de chuva registrados no Sul de Minas e média mogiana de São Paulo abaixo de 8,6 mm. Enquanto no Cerrado Mineiro não choveu.
Em decorrência do baixo volume de chuva e altas temperaturas, pois, todos os municípios registraram déficit hídrico acima de 29 mm. Isto é, um indicador da falta de água que as plantas foram submetidas, atingindo os 57,8 mm em Serra do Salitre.
Sobretudo, o déficit hídrico se estendeu pelos três decêndios do mês de julho, acumulando muito acima da média histórica para o mês. Em análise, observa-se um maior registro no terceiro decêndio do mês. Isso em consequência do aumento de temperatura e baixa precipitação, causando maior taxa de evapotranspiração. Este quadro, se persistir, poderá favorecer o processo de desfolha das lavouras.
Armazenamento de água no solo
Em suma, em decorrência das condições meteorológicas registradas, o armazenamento de água no solo foi comprometido. Todos os munícipios, portanto, registraram armazenamento de água no solo abaixo de 24,7, acionando o sinal de alerta para o período de seca.
Várias cidades estão com armazenamento de água do solo abaixo de 10% de sua capacidade. São, praticamente, 120 dias sem chuvas, somados a partir de março. Por fim, a continuidade das condições climáticas desfavoráveis poderá acarretar em perdas consideráveis na safra 2025.
Na página da Cooxupé, em conclusão, estão disponíveis para consulta todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da Cooxupé.
Distribuição do volume de chuva (mm) em julho 2024
