O mês de novembro registrou chuvas regulares e bem distribuídas na área de atuação da Cooxupé. Antes de mais nada, é o que mostra a análise do Departamento de Geoprocessamento da cooperativa. Em quase todos os municípios monitorados, pois, o volume de chuva registrado foi acima da média histórica. Com exceção a Monte Santo de Minas e Monte Carmelo, que tiveram consecutivamente 1,7 mm e 7,9 mm abaixo do volume médio histórico do mês para os municípios.
No geral, foi um cenário favorável após um longo período de seca entre abril e meados de outubro. Ou seja, que causou apreensão e incertezas com a produção cafeeira na safra de 2025. Podendo acarretar, assim, em perdas consideráveis e atraso para a retomada da fase vegetativa da safra 2026.
Chuvas regulares
De antemão, as chuvas foram distribuídas durante os três decêndios de novembro. Em Serra do Salitre, no Cerrado Mineiro, registraram o maior volume de chuva (378 mm). Por outro lado, em Monte Santo de Minas, no Sul de Minas Gerais, registrou-se o menor volume de chuva na área monitorada da Cooxupé (189,6 mm).
Dessa forma, todos os municípios apontaram excedente hídrico. O que corresponde ao volume de água que o solo não foi capaz de infiltrar e esta água escorre pela superfície, infiltrando em outro local ou se depositando em algum curso de água. Acima de tudo, é importante a adoção de práticas conservacionistas e de manejo de solo. Isso com o objetivo de controlar as enxurradas e minimizar os efeitos da erosão hídrica na lavoura. Recomendamos, inclusive, o uso do mix de plantas de cobertura para entrelinha do café.
Florada exuberante
Com a retomadas das chuvas, as plantas iniciaram suas atividades fisiológicas. Nesse sentido, observaram uma florada exuberante nas diversas regiões produtoras de café. Infelizmente, o longo período com acentuado estresse hídrico impactou negativamente no pegamento da florada. Causando em muitas lavouras, portanto, rosetas com poucos frutos e baixa carga pendente para safra 2025.
Mesmo assim, as lavouras retomaram o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo que exige grande quantidade de água, nutrientes e proteção contra pragas e doenças. A ocorrência de veranicos (falta d’água), altas temperaturas, fertilidade desequilibrada do solo e ataque de pragas e doenças podem comprometer o desenvolvimento dos frutos e a evolução da fase vegetativa das lavouras.
Após abertura das flores, aliás, inicia-se a etapa de intensa divisão, multiplicação e diferenciação celular. Neste momento, exige-se elevada demanda de energia (carboidrato). Deficiência energética somada ao autoconsumo de energia para reduzir o estresse das plantas podem ocasionar a redução na produção da safra.
Temperaturas
Ainda em novembro, as temperaturas permaneceram ligeiramente próximas da média histórica em todos os municípios analisados. Entretanto, com exceção a Guaxupé, com 1,4°C acima da média. Na média mogiana de São Paulo, por exemplo, São José do Rio Pardo registrou temperatura máxima de 35,8°C. Enquanto Cabo Verde, no Sul de Minas, registrou 12,7 °C de temperatura mínima, sendo a menor registrada na área monitorada pela Cooxupé.
Além disso, todos os munícipios analisados apontaram temperaturas máximas acima de 28,6 °C e temperaturas mínimas abaixo de 18,4 °C. Dessa forma, ocorreu alta amplitude térmica, que corresponde à grande diferença entre as temperaturas máximas e mínimas. O fator que pode alterar o metabolismo das plantas. Causando, inclusive, um elevado consumo de energia, redução de carboidratos ou interferência no processo de divisão e diferenciação celular.
Armazenamento de água no solo
Apesar do alto volume de chuva em novembro, alguns municípios registraram déficit hídrico abaixo de 5,6 mm. É um fator indicativo de falta de água que as plantas foram submetidas, porém sem efeitos significativos.
Porém, ao fim do mês, todos os municípios permaneceram com armazenamento de água no solo acima de 70% de sua capacidade. Em suma, na página da Cooxupé estão disponíveis para consulta todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da cooperativa.
