A produtora rural Luiza Oliveira Macedo, de 33 anos, foi uma das campeãs da 7ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, no dia 23 de outubro. De Boa Esperança/MG, ela é responsável pela fazenda Tapera do Baú e é cooperada da Cooxupé.
Antes de mais nada, a tradicional premiação foi destaque do Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA). Além disso, é um oferecimento da Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). A solenidade reconhece o trabalho de pesquisadoras e de cafeicultoras que desenvolvem projetos inovadores e sustentáveis em suas propriedades.
De antemão, Luiza ficou em primeiro lugar na categoria “Médias Propriedades”. Isso por conduzir projetos de sustentabilidade e agricultura regenerativa em sua lavoura de café.
“O prêmio é voltado para a agenda ESG e, na fazenda, a gente tem trabalhado ao máximo nessas frentes de gestão, social e sustentabilidade. Na parte de manejo sustentável, temos as culturas de cobertura, uso de biológicos e roçadas ecológicas. Nossa fazenda é rica em água por ser muito preservada na parte de fauna e flora. Temos muito orgulho porque, nessas épocas de períodos climáticos tão complicados, ter uma fazenda rica em água é muito importante para poder montar um processo de irrigação. E para manter o sequestro de carbono no solo que a gente faz com as culturas intercalares”, detalha a cooperada.
Já na parte de governança, pois, a cooperada conta que busca aprimorar com a ajuda da Cooxupé, em parceria com a Educampo, do Sebrae. Isso por meio de uma gestão mais eficiente de custos. Há quatro anos, aliás, a lavoura tem o certificado do Certifica Minas, que traz mais transparência ao processo de rastreabilidade.
“Tudo isso nos ajudou muito a alavancar a parte de exportação, além da parte dos cafés especiais. Dessa forma, a gente vem desenhando esses processos e todo ano tem conseguido replicar a qualidade lá da fazenda”, conta Luiza.
Ademais, a cafeicultora leva a sério o pilar social. Ou seja, com salários justos para os colaboradores da fazenda e diz que eles abraçaram a ideia da produção de cafés especiais.
“Foi uma grande mudança de mentalidade para eles, que vinham de uma cafeicultura mais tradicional. Por meio de cursos, eles aprenderam a fazer fermentação e seca no terreiro, por exemplo. Tratamos o café como alimento, garantindo a segurança para nossos consumidores finais. Separamos os lotes, temos o cuidado para não pisotear e tudo que entra no terreiro tem que estar muito limpo. Penso como se a gente tivesse uma microempresa dentro da fazenda”, explica.
De acordo com Luiza, ser campeã do Prêmio Mulheres do Agro é a certeza de que está no caminho certo.
“Enfrentamos grandes desafios na sustentabilidade, na melhoria de gestão e no social. E o café é uma cultura difícil de fazer gestão. Em suma, buscamos colocar o ESG em prática e ganhar esse prêmio é um reconhecimento por esse trabalho diferente que fazemos. Não estamos fazendo igual a todo mundo, tentamos ser cada vez melhor”, orgulha-se a cooperada da Cooxupé.
Por outro lado, a produtora reforça que recebeu a fazenda de sua mãe e de seu padrasto muito preservada. O que ajuda bastante, portanto, no desenvolvimento de seu trabalho de melhoria de gestão e de adicionar novas tecnologias de sustentabilidade.
“Agora, tenho um grande desafio de deixar tudo ainda melhor para os meus filhos. Se um dia eles se apaixonarem pela cafeicultura, assim como eu, vão receber de mim uma lavoura ainda mais organizada do que a que eu recebi. É uma felicidade muito grande saber que a gente está nesse caminho certo”, finaliza uma das campeãs do Prêmio Mulheres do Agro.
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Esta página foi gerada pelo plugin
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!